terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Conhecendo Mentes - Paulo Cesar

Entrevistado do Conhecendo Mentes, Paulo Cesar (19)
(Imagem: Arquivo Pessoal)
Com 19 anos, o entrevistado do Conhecendo Mentes de hoje é o dançarino Paulo Cesar. Natural de Goiânia, Goiás, o jovem já morou cinco anos na Espanha e atualmente reside no interior do estado de Goiás, São Miguel do Passa Quatro. Apaixonado por dança, ele estudou um pouco no Basileu França, escola artística de Goiânia e atualmente é professor de Ritmos na L&F Fitness Center.

Na Espanha, Paulo teve contato com muitas práticas corporais artísticas, sendo elas: dança urbana, dança contemporânea, ballet, canto urbano e lírico, ginástica aeróbica, ritmos, zumba e teatro. Ou seja, já perceberam que ele é fascinado em arte. Convido vocês a lerem a conversa que tive com ele para poderem conhecer um pouco mais dessa mente artística e bem agitada.



Eu sou totalmente inconstante, pois, desapego-me facilmente e por isso não me é difícil deixar algo de lado. A minha inconstância é em todos âmbitos da minha vida. E também, sou uma pessoa extremamente sonhadora.


A dança move a essência do jovem Paulo (Imagem: Arquivo Pessoal).


Lucas - Arte para você é?

Paulo - Para mim, fazer arte é possibilitar o outro sentir algo, seja bom ou ruim.

Lucas Afonso - Quando você descobriu a atração pela arte?

Paulo Cesar - Quando era jovem, por volta dos 11 anos, eu tive muito interesse na área de design de moda. Depois, tive o contato com a música, a partir daí comecei a cantar, foi neste período que descobri que sou autodidata. Com a música, no âmbito do cantar, comecei a compreender o ritmo, logo, passei esse entendimento para o corpo. Minha irmã sempre gostou de dançar, sempre dançávamos vários ritmos juntos, e sua companhia me fez me atrair mais ainda por este universo da arte.

Lucas - Qual foi o maior desafio de sua vida?

Paulo - Foi o fato de me adaptar à frieza sentimental dos europeus quando fui morar na Espanha. 

Lucas - O que o carnaval significa para você?

Paulo - Carnaval é o melhor tempo, o melhor momento, pois, é exatamente louco. 

Lucas - Qual aprendizado que já teve que considera mais importante?

É impressionante a flexibilidade do corpo do bailarino
(Imagem: Arquivo Pessoal).
Paulo - Um ano antes de ir para a Espanha, quando morava com minha tia, ela sempre me falava que todos os tipos de excesso são ruins. Hoje em dia eu tento controlar os meus excessos em quaisquer atividades e momentos, pois, como ela já dizia, que mesmo sendo bom, quando em excesso pode ser prejudicial.

Lucas - Quando você aceitou sua homossexualidade?

Paulo - Eu sempre me aceitei e quando eu puder dar nome ao o que era, eu simplesmente me identifiquei.  No começo eu me escondia, mas foi aos 11 anos que me assumi para todos.

Lucas - Como você percebe à diversidade social brasileira?

Paulo -  Somos um povo bastante diversificado, pois, somos heterogêneos em todos os aspectos. Porém, creio que ainda não sabemos lidar com essa pluralidade, porque no Brasil grande parte da população é negra  e mesmo assim ainda existe racismo e outros tipos de truculências sociais, seja perante à orientação sexual ou mesmo no viés religioso. Ao mesmo tempo diversificada, a sociedade brasileira também é hipócrita.

Lucas - Cite um defeito e uma qualidade sua.

Paulo - Eu sou muito irracional, considero como defeito ser irracional por poder me causar arrependimentos, e como qualidade, pelo fato de aproveitar todas as oportunidades que me aparecerem, por não sentir medo em se arriscar.

Lucas - O que mais te chama a atenção na dança?

A energia positiva transmitida por Paulo é uma grande
qualidade sua (Imagem: Arquivo Pessoal).
Paulo - Penso que nós todos queremos dançar. A vida é uma dança. Nós aprendemos passos, desde novos, e que logo temos que utiliza-los no cotidiano. Para mim é possível comparar uma coreografia com uma relacionamento que mantemos em nossa vida, por exemplo, quando conhecemos uma pessoa é como se depararmos com uma nova coreografia. Qualquer erro na dança (coreografia) poderia ser comparado a um equívoco/deslize neste relacionamento. O mais interessante da dança é que ela pode ser comparada com a vida.

Lucas - Quais são seus projetos para o futuro?

Paulo - Eu não tenho projetos, mas sim, vontades. Vontade de entrar em um grupo de dança, em uma trupe de teatro ou mesmo uma banda, pode abrir brecha até para brilhar no Super Bowl. Enfim, anseio sempre trabalhar com o que gosto, trabalhar com arte.

Lucas - Qual frase definiria a personalidade de Paulo Cesar.

Paulo - É melhor ter se arrependido por ter feito do que se arrepender de não ter feito.


Por Lucas Afonso de Souza.


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