Resenha: Romance lançado através de folhetins no ano de 1911, "Triste Fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto, é uma das obras clássicas da literatura brasileira. Primeiramente, gostaria de deixar claro que é minha primeira resenha de um clássico, e não sei se saberei retratar neste texto a essência da obra aos leitores do blog, mas tentarei.
O protagonista da história é Policarpo Quaresma, que recebe como apelido Major Quaresma. Um homem já não tão novo, que trabalha no Arsenal como subsecretário, é integralmente defensor das peculiaridades nacionais. Patriota e fanático pelos elementos genuinamente brasileiros, Quaresma passa a partir de seus estudos tomar uma posição que o direcionará a um desfecho já mencionado no título da obra. O mesmo procura a todo custo exaltar a cultura brasileira e viver sua vida em prol do patriotismo.
Lima Barreto, autor da história. |
O livro é dividido em três partes. Na primeira, o subsecretário do Arsenal começa a aprender violão com seu mais novo amigo, Ricardo Coração dos Outros. Ele escolheu este instrumento, pois, julga-o um objeto que possibilita a execução de canções originalmente brasileiras, através da modinha. Porém, as atitudes de Quaresma juntamente ao fato dele querer implantar o tupi guarani como língua oficial do Brasil, resultaram em sua internação em um manicômio.
A sobrinha de Policarpo, Olga, falou a ele que era melhor se mudar para o campo e viver uma nova vida por lá, longe da cidade. Após a recomendação da jovem, fora ele e sua irmã Adelaide se mudarem para um sítio. "O Sossego" nome dado a propriedade foi o lugar em que Quaresma iniciou a exploração da terra brasileira, através da subsistência na agricultura, perfazendo a segunda parte do enredo. O mesmo se encantou com os frutos e belezas naturais do Brasil e exaltava a terra como a melhor de todas.
Após a visita de um escrivão em sua propriedade, querendo este uma contribuição para a festa da Conceição, recusando a ajuda, Quaresma se viu ameaçado pelos grandes nomes da região. Com altos impostos e taxas que pagava, o já cansado agricultor decidiu retornar à cidade. Percebeu então, que as gratificações dadas a quem trabalhava das produções do campo não eram suficientes para ter uma boa vida.
Novamente no Rio de Janeiro, e presenciando por lá uma revolta que estava ocorrendo, Quaresma decide se apresentar ao marechal Floriano e se alistar à guerra. Nomeado Major, Quaresma então tenta com sua ideologia, buscar mudanças no país através de sua servidão no movimento. Ricardo também vai para a guerra, porém com um cargo inferior ao do amigo, e tendo que se afastar da vida que tinha como famoso trovador de modinhas do Rio de Janeiro. Constitui-se então a terceira e última parte do livro.
Terminada a revolta, com algumas de suas ações sendo renegadas pela alta patente, Major Policarpo Quaresma é preso, sem justificativa a sua pessoa. Desesperado com a prisão de seu amigo, Ricardo sai a procura de ajuda, e vê que as pessoas que estava em volta de Policarpo, a exemplo do tenente Albernaz, agiram com desdém frente a situação e simplesmente deram as costas.
A última pessoa que o trovador procurou foi a sobrinha do major, Olga. Em desobediência a seu esposo, Olga fora tentar resgatar o padrinho. Mas, ao falar com um ajudante do marechal Floriano, descobriu que para eles, do exército, Quaresma não passava de um traidor. Então, compreendendo que a causa já estava mesmo perdida, aceitou a perda de um grande amigo e também padrinho. Deixou que Policarpo Quaresma fosse executado como, para ele, herói da nação, aquele que buscou até o último suspiro, a estabilização de uma nação que dedicasse e honrasse a pátria brasileira.
Fiquei fascinado pela narrativa que retratou por meio da sofrida história de vida deste homem, a presença em um indivíduo, do sentimento de patriotismo e defesa a todo custo das particularidades que o Brasil abriga. São páginas inspiradoras e envolventes, e que vale a pena serem lidas com dedicação e atenção. Uma boa recomendação de leitura para quem ainda não leu e está a procura de uma obra de qualidade.
Espero que tenham gostado da resenha. Comentem e sigam o Blog. Aguardo vocês no próximo post. Até mais!
Por Lucas Afonso de Souza.
Oi!
ResponderExcluirEstou com esse livro na minha lista de futuras leituras, até já comprei.Fiquei fascinada pela escrita do Lima Barreto depois de ter lido um conto dele chamado "O homem que sabia javanês", e também depois de ler bastante sobre ele no livro didático da escola, no capítulo sobre Pré-Modernismo Brasileiro. Acho que o pessimismo dele na hora de escrever suas histórias mostra uma revolta muito grande com a sociedade (e com razão). Mal vejo a hora de ler esse livro.
Um ótimo escritor mesmo!
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